domingo, 10 de julho de 2011

Cadela ''fareja'' e salva recém-nascida.

Cachorra passeava com a dona quando encontrou a sacola onde estava a criança; menina foi abandonada sem roupas na Mooca

08 de julho de 2011

Fazia um frio de apenas 13°C, quando a cadela Nina, da raça lhasa apso, encontrou uma recém-nascida dentro de uma sacola plástica na Mooca, zona leste de São Paulo.
Érica com Nina. Horário diferente de passeio e caminho 'decidido' pela cachorra levaram até bebê, que já estava roxo de frio

A criança foi abandonada sem roupas e estava com a pele roxa, por causa da baixa temperatura. A cachorra passeava com a dona, a estudante de Pedagogia Érica Machado Maia de Oliveira, de 25 anos, quando decidiu entrar em uma viela da Rua Décio Abramo, por volta das 18h30. "Deixei a cachorra fazer o caminho que queria. O bebê começou a chorar assim que a Nina cheirou a sacola", afirmou Érica.

A universitária pegou a criança e correu para casa, que fica a poucos metros do local onde a sacola foi deixada. Érica deu banho na recém-nascida e depois a agasalhou, enquanto sua irmã, Luciana, de 23 anos, ligava para a Polícia Militar.

Os soldados Emerson Marques Lisboa e Everton dos Santos, do 21.º Batalhão da Polícia Militar, pegaram a menina na residência da estudante e a levaram para o Hospital Infantil Cândido Fontoura, que fica na Água Rasa, bairro da zona leste paulistana.

"Os médicos informaram que a criança havia nascido poucas horas antes de ser encontrada. E o cordão umbilical havia sido arrancado, e não cortado, como é normalmente feito no hospital ou em uma maternidade", afirmou o soldado Lisboa.


A suspeita é de que a mãe da criança tenha dado à luz em casa ou na rua, uma vez que o cordão umbilical foi arrancado. Por esse motivo, a criança apresentava um pequeno ferimento na barriga. De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, a bebê passa bem. Assim que receber alta, a criança, que nasceu com 2,8 quilos, será entregue ao Conselho Tutelar.

Informado sobre o caso pela reportagem, o pediatra José Hugo de Lins Pessoa, ex-presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, comentou que a recém-nascida correu três riscos ao ser abandonada na rua pela mãe. "O primeiro risco foi o de pegar alguma infecção, que é uma complicação importante em recém-nascidos. E há o risco de hipotermia, que afeta o metabolismo e a circulação da criança", continua Pessoa. "Os bebês têm controle térmico mais vulnerável que os adultos, porque eles têm pouco tecido subcutâneo, pouca pele."

O terceiro risco apontado pelo pediatra foi o de provavelmente ter ficado sem alimentação por horas, uma vez que a criança foi deixada em uma viela em um horário com pouca movimentação de pedestres.

A estação meteorológica do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) na Penha, a mais próxima do bairro onde a recém-nascida foi encontrada, registrou uma queda de temperatura de 15°C para 13°C entre 18h e 19h de anteontem.

O caso foi registrado como abandono de incapaz no 57.º Distrito Policial (Parque da Mooca). A polícia ainda não localizou a mãe da criança. Segundo um investigador, o delegado Diogo Zamut Junior, responsável pelo caso, percorreu a região ontem em busca de câmeras que pudessem ter flagrado a mãe deixando o bebê.


Veja mais - A Estudante Érica que achou bebê na rua é proibida de ver a criança no hospitalhttp://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2011/07/estudante-que-achou-bebe-na-rua-e-proibida-de-ver-crianca-no-hospital.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário